sábado, 17 de maio de 2014

Personas Urbanas: O Assustado das Grandes Cidades

O Assustado das Grandes Cidades é um Persona Urbana que não para de crescer, apesar do alto número de mortes no Brasil. O Assustado das Grandes Cidades anda com sete celulares: um para o pivete que furta na calçada, outro para o assaltante que rouba no trânsito, um para um eventual crime inesperado e mais quatro – um para cada operadora, que vivem nos tirando cobertura.

Quando vê uma blitz policial, O Assustado das Grandes Cidades não para. Ele não sabe se os componentes são policias bandidos, bandidos disfarçados de policias ou milicianos - que são uma espécie de policias disfarçados de bandidos.

O Assustado das Grandes Cidades mora em casa com muros e grades tão grandes que o mantém seguro. E preso. Por sorte, ele tem a internet para “ver” o mundo. Isso quando não decide evitar a rede mundial de computadores, por temer crimes virtuais. O Assustado das Grandes Cidades não abre mais as janelas. Ele teme uma invasão de raios "ultraviolentos".

Relâmpago, arrastar, bala e eletrônica são palavras que O Assustado das Grandes Cidades cortou do dicionário. Cortou não, ele tem trauma de facas. Picava legumes e frutas com uma chave de fenda até descobrir um assassinato que teve a ferramenta como arma.

Agora, ele engole o pepino e o abacaxi inteiros. A primeira palavra riscada remente a sequestro, a segunda a roubos e furtos em série, a terceira se perdeu e deixou de ser doce há tempos. A última completa a tal urna, onde, na maioria das vezes, entram e saem os problemas anteriormente citados.

O Assustado das Grandes Cidades está com tanto medo da violência que comprou um arsenal de armas de guerra para se proteger dela. Se proteger atacando, é claro. Ninguém merece morrer.

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