Rola a roda de samba e histórias paralelas seguem, na velocidade do som, as histórias paralelas. Enquanto vivemos, o Tudo passa ao lado e nem vemos. O pandeiro apanha, mas quem chora é o cavaco. A mulata samba e sorrir na cara da vida injusta.
O grupo faz barulho e Clara, filha de Sônia, dorme no carrinho de bebê para a mãe encher o copo e esvaziar a cabeça. Desce mais um balde! Cerveja bem gelada junto da rapaziada. A senhora cinquentona está na faixa da molecada. “Pode até chover e relampejar”. A menina não acorda e a mãe não vai dormir tão cedo.
Dudu reencontra os amigos que não via há tempos. Haja abraços e “tá sumido, cara!”. E o papo entre em dia. O melhor calendário já criado. O passado é importante, apesar das frases feitas. O que feito não acaba.
Chega tropeçando no nada e se apoiando em todos. A essa altura das doses, ele já é amigo de todos – embora ninguém saiba seu nome. Puxa um samba antigo e é agraciado com uma lata de cerveja gelada. A noite está ganha e o dia já vem chegando, apesar de não ter sido convidado para o samba.
O que seria do samba sem o amor? E do desamor sem o samba? São mãos que se dão, quer queira quer não. E o volume aumenta. Quem se importa com a lei do silêncio? Já está quase amanhecendo e ninguém reclamou ainda.
Lá pelas tantas dos cantos, Marcos e Jéssica se beijam como se os ouvidos fossem lábios.
E eu aqui percebo que toda roda é infinita. O mundo é cíclico. O samba é roda.
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