domingo, 28 de março de 2010

Nem tanto tempo

Quanto tempo... Ando sem esse. Quero um relógio com mais horas. Um dia com mais sois. Três. Dois para mim e um para deitar-se às cinco, seis horas, por inveja de uma bela moça que passeia pela rua. Talvez assim, eu possa dar passos mais tranquilos, só pra não perder o estilo durante a caminhada. Porque, a pressa além de inimiga da perfeição é rival do charme das pernas que andam. Em qualquer espaço. Duvido se os astronautas consultam os ponteiros que nos aceleram e atrasam.

Falando em tempo. Hoje, encontraram um cabelo branco em minha cabeleira. É, estou ficando velho. Reparei isso. Só agora me dei conta de que já tenho duas décadas de vida em minhas costas magras. Muros caíram. Muros foram erguidos. Guerras esfriaram. Guerras esquentaram. E o mundo continua com o mesmo vício: girar. Eu sigo tonteado por vários brilhos.

Os litros e litros de novidades e de responsabilidades que tenho engolido nos últimos meses me fizeram crescer. Inchar. Mudar: - só a mudança é permanente.

Ando mais consciente. Ando mais responsável. Ando mais chato. Ando pensando muito mais nos outros. – Só pra continuar no embalo das citações- “o meu egoísmo é tão egoísta que o auge do meu egoísmo é querer ajudar”. Ando dando muito mais importância para as pessoas próximas de mim. Ando me amando cada vez mais.

Ainda assim, ando com tempo para andar rápido. Ando com pressa. Corro. Corro de mais. Às vezes, pra te ver, meu bem.
Puta que paril, perdi o ônibus.

(Ao som de: Roberto Carlos - 1971)

2 comentários:

Bruno Costa disse...

Achei interessante seu texto. Aponta algumas críticas desse mundo futilmente acelerado, mas percebe as mudanças mais simples e significativas. Parabéns pelo texto e pelas mudanças...
Abraço

Jéssyquinha =DD disse...

que bonitinho, vc esta se descobrindo :p


top o finalzinho kkk
=*