Diariamente, ela era assombrada por fantasmas. Ou seriam memórias? Não dava para saber. O barulho era o mesmo. As paredes se desarrumavam, não dava para organizar nada. Um furacão por dia entrava sem pedir licença pelos cômodos. As noites ficaram sem medidas. Trocou de casa.
O assombro chegou ao trabalho. Como se não bastasse o inferno que já era. O inferno nunca acaba. A mesa se desarrumava, os papeis sumiam, as contas não fechavam e as janelas se abriam, batendo mais forte que a vida. O salário quase nunca compensa. Trocou de trabalho.
E foi trocando de tudo, pois tudo onde estava era tomado por essa força estranha, devastadora.
Exceto a chegada das cartas e o caminho diferente, nada mudava. As trocas não haviam mudado nada.
Então, ela decidiu transar com seus fantasmas, ou memórias, e foi feliz por toda a eternidade. Perpétua era o nome da moça.
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