segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Passado com o futuro

O final do ano está chegando e com ele vêm os planos para o futuro. Mas até quando teremos futuro? Isso tem me preocupado, pois sempre me preocupei em cumprir meus planos de fim de ano, no entanto, se não tivermos futuro, o que vou fazer? Estou passado com esse presente de grego que se tornou a vida na terra.

Estudiosos da Cibercultura defendem teses nada otimistas para os próximos anos da humanidade. De acordo com alguns desses caras e moças, a convivência no mundo ficará cada vez menos pacifica, porque além da maior integração de pessoas de todos os cantos do planeta (que trará na mala uma ampliação de preconceitos e birras históricas) a convivência dos humanos com as máquinas não terá nada de afável. Guerras assustadoras como nos filmes de ficção cientifica são projetadas por esses pensadores.

No livro “10 Bilhões”, de Stephen Emott, fica claro que o que nos aguarda, pelo menos a curto prazo, é um mundo melhor em termos tecnológicos, porém, pior no quesito humanidade. Nota zero para nós. Ou para eles. Afinal, não sei se nós estaremos lá ainda.

O desapego, as injustiças sociais e a intolerância serão posturas extremamente presentes no nosso futuro. Ficaremos ainda mais individualistas e esse individualismo, contrariando as ideias liberais de séculos passados, não tornará o convívio social melhor para o todo.

Essa tal de Cibercultura está a cada dia mais próxima de nós com as intermináveis inovações tecnológicas. Não fique aí pensando que é algo que só virá muitos séculos depois que você morrer. Isso tudo já está entre nós, entretanto, ainda de forma menos sombria. Esse novo estilo de viver, catapultado pelas novas tecnologias, traz consigo fantasmas antigos, como a substituição do homem pela máquina nas linhas de trabalho. Chamem os ludistas de volta, por favor! O seu futuro bebe no bar do velho.

Chocado com essas informações, eu decidi fazer novos planos velhos para 2015. Vou comprar um fusca, trabalhar mais para ganhar mais dinheiro, torcer para que o Fluminense ganhe um título internacional e arrumar uma namorada, até porque eu duvido que a Cibercultura faça com que o amor vire algo fora de moda. Obviamente farei tudo isso depois do carnaval, que também é atemporal. Vou sair fantasiado de homem de lata. Lata nova.

Como ainda penso nos outros - apesar de acreditar que individualismo às vezes é importante – desejo que todos os resistentes leitores desse blog, robôs ou humanos, tenham muitos planos grandes realizados antes que o mundo vire uma zona gigante e que planejem também coisas pequenas, pois a vida está nas células, nos átomos e nos parafusos.

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