sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Fossa nova

Nos conhecemos numa balada eclética. Tocava de tudo. Nossos lábios foram à festa! Beijos de rave. Parecia não ter fim. O infinito sempre se afasta.

Saímos de novo na semana seguinte. Fomos a um pub. Por lá, ela me confessou que apesar da festa eclética, ela só gostava de rock n roll. E dos pesados. E que odiava bossa nova. Não vejo problemas. Também gosto de bater cabeça. Bati a minha na dela e encerei a canção com um beijo de cinema. Os violões dedilharam na contramão.

Na minha casa, eu ditei o ritmo. Ela gostou. E como. Nos entendemos nos campos harmônicos. Nas viradas, também. Formamos um bom conjunto.

Passamos duas semanas sem eventos. Não nos tocamos por 14 dias. Mantínhamos contato pelas cada vez mais barulhentas redes sociais.

Eu não estava sentindo nenhuma estrondosa paixão por ela, mas é sempre bom manter o playlist atualizado. Ela pensava e sentia o mesmo. Li no encarte.

No entanto, o disco virou. Nessa véspera de fim de semana, convidei a moça para ver o sol. Ela negou. Falou que me sentiu afastado nos últimos dias e que já estava em outra nota. Ela só pensou em si. A mim, restou a recuada em ré, a primeira dó, o velho disco de João Gilberto e os trocadilhos inevitáveis...

“ah, meu coração que nunca amou não merece ser amado...”

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