segunda-feira, 6 de maio de 2013
Meu vento
(Foto - Quadro: Vento - Van Gogh)
O dicionário aberto e rasgado não tinha palavras, nem explicações para responder o que era teto e o que foi chão. A poeira e o que sobrou da vida paga em prestações formava uma massa com as minhas lágrimas.
Não acreditei no que vi. Tudo o que eu havia conquistado, foi roubado. Usurpado. Violentado. Destruído. Um latrocínio. E o desgraçado do culpado estava longe. Arrastando outras cidades. Vento covarde! Nem ficou para brigar como um homem. Com um homem que ergueu a própria felicidade com muito esforço.
Era impossível contabilizar a minha dor. Até porque, ela sempre faz com que o aperto no peito seja maior do deveria, num abraço de sufocar.
Literalmente num piscar de olhos, sorri. Os dentes me lembraram de que eu estava vivo. Por gratidão, voltei a exercitar os músculos da minha face de forma positiva. Ainda tenho muito para ser derrubado. Pode voltar, vento.
(Ao som de: Noriel Viela - Eis o "Ôme" 1968)
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