sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Eis a questão

Volta do trabalho. Último dia antes do recesso de natal. Tinha tudo para ficar feliz. Só que não. Pego um ônibus lotado e sem ar condicionado. Tudo bem. Sentado, com alguns livros na mochila e um fone de ouvido para escutar meu playlist, eu sobrevivo o percurso que dura quase duas horas.

No entanto, não dá para falar que estou soltando fogos de artifício. Na minha frente, um sujeito, de pé e espremido pelo número exagerado de pessoas no coletivo. Se ele levantar uma perna, não consegue mais colocá-la no chão. Irá ter que completar o caminho no maior estilo saci.

Esse cara não para de contar piadas para uns amigos - um estava sentado. E todos riem. Muito. Até quem não conhece o cara. Embora as piadas fossem mais sem graça que música gospel.

Fiquei pensado, como pode um povo passando por tanto sofrimento, ter tantos motivos para fazer e achar graça? Sinceramente, não sei se isso é bom ou ruim. Adoro alegria, marca registrada do brasileiro. Mas será que, pelo menos às vezes, não deveríamos ser mais sérios? Mais 'revoltados' com certas situações?

Não sei se essa alegria ajuda a superar as dificuldades, ou se impede que esses problemas se resolvam.

Definitivamente eu não sei o que pensar sobre isso.

Ao som de: Piadas ruins - de um anônimo)

Um comentário:

Paula S disse...

Eu acho que essa alegria é boa! Acaba ajudando nossa vida de merda.