quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tão igual

Quando teatralmente largou o seio direito, gritou em hi-fi. Não sentia dor física. O que maltratava o corpo era a obscuridade. Olhava. Via. Mas não enxergava nada. As retinas até descobriam um belo corpo, no entanto, não havia o bastante, queria mais.

Jurou pelo amor que sentia que iria quebrar aqueles dois olhos de vidro. -Ele não pode fazer isso comigo. A distância é minha armadura contra o mundo! Que displicente! Por que não me ligou até agora?

Deslizou de leve a mão por aquele espelho e achou tudo ainda mais lindo.

(Ao som de: The Rosebuds - The Rosebuds Make Out)

4 comentários:

Paula S disse...

Quando encontramos alguém que nos iguala é que é igual a nós, vemos como é nosso veneno.

;)

camyli alessandra da silva disse...

o sentimento é sempre pouco quando se refere ao amor.
/versosembossa

Kamila de Lucas disse...

Abstrato.. Abstrato (:

Monique Burigo Marin disse...

É que no fim, achar lindo não bastava. É que no fim, ambição não tem fim. Mas quando enxergar for possível, o reflexo muda a opinião.