Não sentia prazer como algumas outras. Seu verdadeiro orgasmo estava ali: na hora em que a cama deixava de ranger e a porta batia para dentro. Enfim a solidão. A física. Pois a as outras já estavam lá. Nos contatos delirantes do/para o cliente e em sua presença.
Era como sentir o alivio entre cada chibatada. O momento em que o torturador parava com os choques nas genitálias e os murros na boca para esperar uma resposta que não fossem as onomatopéias da dor. Era a única hora que dava tempo de respirava ar puro naquele quarto poluído onde não tinha descanso.
Talvez fosse moça de idade. Chamavam aquilo de vida. Ela gritava que não era para ela. No entanto, não tinha muito para fazer. Logo entraria alguém no quarto. A saída era esperar os próximos momentos de prazer.
(Ao som de: As Chicas)
terça-feira, 1 de junho de 2010
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6 comentários:
Muito tocante! Gozei aqui.
Vc falou da vida. É assim mesmo que é: só temos momentos de alivio em meio a rios de dor. Como sempre: lindo, lindo.
=/ é, tenho mal gosto
RESUMO DELIRANTE DA VIDA..HEHHEE...ADOREI
viizi, que retrato macabro da vida
coitada da vida que seguia os passos de uma prostituta!
Gostei do textos, parabéns!
ó vida cruel
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