domingo, 14 de junho de 2015

Que não tem

Sérgio era um homem culto, produtor cultural de sucesso, conhecido na área, na praça, nos palcos. Chegava nas festas regadas de e por intelectuais e era tratado como um guru, exorcizando a vaidade desse povo que quer ser mais povo do que é. No entanto, Sérgio era infeliz por ser duro. Sem grana. O trabalho, ás vezes, não dava lucro para comprar nem um livro de autoajuda que ensina a ficar rico. Sérgio trocaria toda sua riqueza cultural por dinheiro no bolso.

Sérgio era um rico, publicitário de sucesso, conhecido na área, na praça, nos palcos dos prêmios. Chegava nas festas regadas de e por milionários e era tratado como um guru, exorcizando a vaidade desse povo que não está nem aí para ser povo. No entanto, Sérgio era infeliz por não ser considerado culto. Sem gama cultural. Sérgio leu mais que livros de autoajuda, mas nada o auxiliava a ser tratado como intelectual. Sérgio trocaria toda sua riqueza por boas ideias e informações na cabeça.

Sérgio trocou de vida com Sérgio. Sérgio continuou insatisfeito. O outro, também. Eles queriam o que não tinham, e quem sabe os outros teriam


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