quarta-feira, 2 de abril de 2014

Sobre eternidade

De repente, ela puxou conversa comigo no watasApp. Aquele apito acordou memórias. Faz tanto tempo, mas só passaram cinco meses: um aniversário, um natal, um ano novo, uma vida velha, uns rebaixamentos do time, um carnaval, muitas festas, muito mais bebedeiras, uns sete livros, incontáveis filmes, um novo emprego, duas novas conquistas, problemas superados, problemas adquiridos, sonhos realizados, sonhos esquecidos, algumas garotas e tantas canções. Ela me disse que tenta seguir em frente com seu "novo rapaz", mas que ainda sou uma lembrança viva demais. Perpetuidade que não passa.

Contou que se formou, tirou carteira de motorista, abriu um ateliê, comprou um carro, trocou de apartamento, terminou o namoro, reatou o namoro, que a gata teve filhotes, que a mãe adoeceu, melhorou, que tem vivido uma rotina que lhe compra e rouba todo o tempo. As horas vão embora.

Pediu desculpas por ter me excluído do Facebook, bloqueado no Twitter, deletado do Instagram e me arrancado dos contatos do e-mail. Frisou que não rasgou as cartas de amor que lhe escrevi. Tentando segurar as palavras, que assim como tudo, são enviadas para longe após um vendaval.

Olhei para minha agenda no celular e vi que o nome dela ainda estava como "Amor" - com letra maiúscula mesmo. Em tempos tão corridos e eliminatórios, esse tal de amor resiste e insiste em ser eterno.



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