- Preciso escrever para sentir o que estou sentindo – disse ela como se não existissem livros ou “Freuds” para explicar o que não se entende.
- Por que não escreve então? – ele respondeu perguntando.
- Preguiça, falta de tesão, sem vontade até de viver, sabe? – sorriu mordendo a dor.
- Se falta de tesão for o problema, estou aqui – sorriu também, desejando empatar o jogo perdido.
- Palhaço. Sabe que gosto muito de você, mas estou passando por um momento complicado. Entende? – questionou a bonita moça enquanto engolia mais um gole.
- Esses problemas passam – segurou o namorado com discurso de amigo.
- Obrigado por me aturar. Eu só te dou problemas – enfim chorou a garota, talvez lembrando que a vida não está fácil (suponho).
- Por nada. Eu que não quero ser mais um problema pra você, minha linda – abaixou o tom o moço (que a essa altura já havia ganhado minha simpatia e torcida, tal como um time pequeno).
E a moça deu-lhe um abraço, dando a entender que o mundo caberia naquela mesa de plástico, mas a vida não é simples como tomar uma cerveja.
- Passe tudo o que te aflige para o papel. Ou melhor, escreva essa nossa conversa, nossa história – empolgou-se o otimista de cabelos lisos e tênis all star.
- Vou escrever nossa história, porque apesar de tudo, sinto que não é um ponto final. Vou escrever também porque sei que no fundo, toda história é uma história de amor – pontuou a moça com duas lágrimas que pediram a conta para o casal.
E eu na mesa ao lado, anotando tudo, disposto a escrever o conto antes que ela começasse a terminar algo tão bonito.
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